Fonte: Universidade
da California, San Diego/ Health Sciences
Investigadores :
Eric Courchesne- professor de
neurociências do “Allen Institute for Brain Science” -Seattle
Ed S. Lein, professor no “Allen
Institute for Brain Science” - Seattle
Rich Stoner, “San Diego Autism
Center of Excellence” Universidade da Califórnia
Data : 26 março de 2014
Investigadores
americanos publicaram um estudo que evidencia claramente que o autismo começa no
útero e durante a gravidez. Os cientistas analisaram 25 genes do cérebro de
crianças falecidas com e sem autismo.
“ A formação
do cérebro de um bebé durante a gestação envolve a criação de um córtex (a
camada exterior do cérebro) que contém seis camadas.” Específicos tipos de células residem em determinadas camadas.
Descobriram-se
manchas densas de desenvolvimento interrompido dessas camadas corticais nas
crianças com autismo pelo que este defeito “indicia que o momento crucial
do desenvolvimento da criação das seis
camadas distintas com tipos específicos de células cerebrais – algo que começa
na vida pré-natal, durante o 2º e 3º mês de gravidez – foi interrompido.
Stoner criou
o primeiro modelo tridimensional que possibilita a visualização de partes do
cérebro onde manchas do córtex
comprometeram o desenvolvimento do padrão normal das camadas de células. Segundo
ele, durante o desenvolvimento precoce do cérebro, cada camada cortical
desenvolve as suas próprias células, cada uma com padrões específicos de
conectividade, que desempenham papéis únicos no processamento de informação. Como
as células do cérebro desenvolvem uma camada específica com ligações
específicas, adquire-se uma assinatura genética. Usando marcadores genéticos
específicos das células, os cientistas podem codificá-las por cor. O resultado
é uma imagem colorida de uma fatia do córtex , que revela
que nos cérebros de crianças com autismo, marcadores genéticos chave estão
ausentes nas células do cérebro em várias camadas. As pequenas secções onde a coloração aparece confusa, demonstra ainda
que determinados tipos de células não
estão nos lugares certos. Além disso, essas células não se tornaram totalmente no que deveriam ser.
As regiões
mais afetadas pelas manchas foram o córtex frontal e temporal. O córtex frontal
está ligado a funções de ordem superior no cérebro, como a comunicação e a compreensão
de sinais sociais, enquanto que o córtex temporal está associado à linguagem.
A área
do cérebro associada à percepção- o córtex visual- e, que é geralmente poupada
no autismo, não apresentou quaisquer anomalias.
Não é ainda claro o que pode ter afetado o
desenvolvimento normal das camadas corticais.
“Não sabemos. Talvez a mãe tenha sido exposta a bactérias, vírus, toxinas ou stress. Estas são as hipóteses
que poderiam interagir com a genética, disse Courchesne, mas a confirmação de
que estes defeitos ocorrem em manchas e não na totalidade do córtex traz
esperança, bem como uma nova visão sobre a natureza do autismo".
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